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Manejo farmacológico da insuficiência respiratória
11/11/2012
Publicado por: Billy
texto de Clara Mota
Manejo Farmacológico da Insuficiência Respiratória
Fisiopatologia
A asma é uma doença inflamatória crônica em que se evidencia hiper-responsividade brônquica e limitação variável ao fluxo aéreo. Episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, tosse e a aperto o peito caracterizam o quadro clínico. Na patogênese, da asma, estão descritas uma hiper-reatividade brônquica (broncoconstrição em resposta a estímulos) e inflamação crônica das vias aéreas. Acredita-se que haja uma desequilíbrio nas diferenciações entre linfócitos Th1/Th2, o que leva à proliferação de mastócitos, produção aumentada de IgE e recrutamento de eosinófilos para a mucosa respiratória. Eosinófilos lesam diretamente a mucosa, enquanto mastócitos liberam citocinas, ativando o sistema imune e provocando broncoconstrição.
Substâncias pró-inflamatórias importantes são histamina, bradicinina, prostaglandinas, leucotrienos e PAF, estas promovem vasodilatação, edema de mucosa, aumento de muco, exposição de terminações vagais, aumentado o edema e broncoespasmo. Há envolvimento de alguns fatores quimiotáxicos para eosinófilos, como leucotrienos; além de citocinas como IL3, IL4 e IL5 (mastócitos, linfócitos B, eosinófilos, respectivamente), como como as chamadas amplificadoras IL1, IL6, TNF-alfa e GM-CSF.
Tratamento
A abordagem terapêutica divide-se nas crises e no tratamento de manutenção:
Crise:
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Beta 2- agonista de curta: levam à broncodilatação, diminuição do edema, diminuição do muco. Alguns efeitos adversos são taquicardia, taquiarritmias e tremores musculares. Temos como exemplo salbutamol, terbutalina e fenoterol.
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Anticolinérgicos – Brometo de ipatróprio: bloqueia receptores muscarínicos colinérgicos (M3), promovendo vasodilatação e broncodilatação.
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Corticóides sistêmicos: principal usado é a prednisona (40 – 60 mg/dia VO), interrompe o metabolismo do ácido araquidônico, diminuindo a produção de prostaglandinas e leucotrienos.
Manutenção
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Corticóides inalatórios: são potentes fármacos anti-inflamatórios. Possuem como efeitos adversos sobretudo candidíase oral e disfonia. Mais comumente usados são beclometasona, fluticasona e budesonida.
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Agonistas beta2 de ação longa: exercem ação por 12 horas, promovem dilatação brônquica e diminuem a inflamação. Exemplos: salmeterol e formoterol.
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Xantinas: drogas imunomoduladoras, estimuladoras do movimento ciliar, exercem efeito analéptico respiratório (aumento a contração diafragmática) e promovem broncodilatação. Agem inibindo a fosfodiesterase, aumentando o AMPc, além de antagonizarem a adenosina endógena broncoconstrictora. Como efeitos adversos, podemos citar náuseas, vômitos, taquicardias, arritmias, cefaleia e crises convulsivas.
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Cromoglicato de sódio: estabiliza a membrana do mastócito, prevenindo a degranulação, através da estabilização dos canais de cloreto. Usado como manutenção ou profilaxia.
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Antagonistas de leucotrienos: ao antagonizarem os receptores de leucotrienos, diminuem a broncoconstricção, diminuem o dano microvascular e reduzem também a inflamação eosinifílica. Um exemplo é o montelucaste.
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Omalizumabe: são anticorpos monoclonais que reconhecem IgE, utilizados para asma alérgica refratária e aplicados por via subcutânea.
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Imunoterapia: promove dessensibilização a determinados alérgenos.
Referências bibliográficas: Farmacologia – Rang e Dale – 6ª. Edição - Elsevier; Farmacologia Básica e Clínica – Katzung – 10ª. Edição – Lange